
O técnico do Internacional, Roger Machado, expressou recentemente sua opinião sobre o comando da seleção brasileira, destacando a importância de valorizar os treinadores nacionais. Para ele, os técnicos brasileiros possuem um nível de atualização, conhecimento e competência que não fica atrás dos estrangeiros. Roger acredita que a mudança no mercado, especialmente após a derrota do Brasil por 7 a 1 em 2014, impulsionou a busca por treinadores estrangeiros, mas isso não deve desvalorizar os profissionais locais.
Ele ressaltou que, enquanto os estrangeiros recebem mais tempo e espaço para desenvolver seus trabalhos no futebol brasileiro, os treinadores nacionais enfrentam barreiras para se consolidar internacionalmente. Apesar de reconhecer a contribuição de técnicos estrangeiros para a quebra de barreiras culturais, Roger enfatizou seu desejo de ver um brasileiro liderando a seleção.
Essa posição reforça o debate sobre a valorização e o reconhecimento do talento brasileiro no cenário do futebol mundial. Roger concluiu sua fala afirmando que os técnicos do Brasil merecem mais oportunidades tanto no país quanto fora dele.
“Quem dita as regras é o ambiente externo, não é? Em 2014, quando sofremos o 7 a 1 e perdemos a Copa do Mundo em casa, eu estava acomodado na função de auxiliar técnico. Naquele momento, ficou claro que o ambiente externo nos dizia que os treinadores brasileiros, especialmente os mais experientes, já não eram adequados, e que era preciso uma renovação. Foi aí que eu compreendi o cenário e decidi me lançar como treinador aos 38 anos.
Muitos seguiram o mesmo caminho, enquanto outros permaneceram. Talvez não na velocidade que o ambiente externo desejava, esperando evolução e resultados, surgiu a preferência por treinadores estrangeiros. Mas isso não veio do nada. Na verdade, fomos nós, os treinadores brasileiros, que acabamos pavimentando esse caminho para os estrangeiros.
Eu adoraria ver treinadores brasileiros à frente da seleção brasileira, mas não sou contra a presença de técnicos de outros países. Afinal, nós também já tivemos a oportunidade de treinar seleções e clubes fora do Brasil. É evidente que um país pentacampeão mundial possui excelentes profissionais que podem ocupar essa posição.
No entanto, o ambiente externo (imprensa) continua conduzindo as discussões. Antes, a geração mais antiga era criticada e substituída pelos mais jovens. Hoje, os jovens também não são suficientes, e surgem os estrangeiros. Parece que, em alguns momentos, nunca estamos satisfeitos com o que temos. É como acontece com jogadores em campo: o melhor sempre parece ser aquele que não está jogando.
Como treinador, sempre defendo o fortalecimento da nossa categoria, investindo em atualização, formação e conhecimento. Temos todas essas qualidades. Não devemos nada aos treinadores estrangeiros”, disse Roger Machado.